A evolução do governo eletrônico no Brasil é demarcada por quatro estágios. No primeiro, a administração pública preocupa-se tão somente em disponibilizar dados e informações acerca do governo e de seus serviços através da Internet, enquanto que no segundo o governo se esforça em possibilitar ao cidadão a realização transações on-line.
O governo estará habilitado a integrar a cadeia de valor para facilitar sua colaboração com fornecedores, seus provedores de serviços, e cidadãos. Tal estágio caracteriza-se por transações do tipo G2B (Government to Business) e G2C (Government to Citizen).
As transações do tipo G2B correspondem ao relacionamento entre o governo e seus fornecedores de bens ou serviços, pessoas físicas ou jurídicas. Como exemplos dessas transações destacam-se a compra e venda por meio eletrônico; transferências financeiras; integração da cadeia de suprimentos, dentre outras operações envolvendo o governo e seus fornecedores.
Nas transações do tipo G2C ocorre o relacionamento entre o governo e os cidadãos (clientes, ou sociedade). Nesse tipo de transação encontramos serviços relacionados à emissão de certidões negativas e positivas de impostos, alvarás de localização, de atividades; pagamento de tributos via boleto eletrônico; emissão de notas fiscais eletrônicas; declaração de imposto de renda, dentre outros serviços.
No terceiro estágio, a administração pública utiliza a Internet para integrar os sistemas de informação entre os diversos órgãos governamentais, sejam eles na esfera federal, estadual ou municipal.
Neste estágio temos a ocorrência das transações do tipo G2G (Government to Government). Isto é, as transações resultantes das integrações on-line dos diversos sistemas de informação de diversas unidades de um mesmo órgão público, entre órgãos públicos, de diversos poderes (legislativo, e/ou judiciário e/ou executivo), em diversos níveis: federal, e/ou estadual e/ou municipal. (SILVA, 2002 p 213).
No quarto estágio a Internet é usada para a geração de inteligência através das informações, caracterizando o Government Inteligence (nas empresas privadas corresponde ao business inteligence). Esse último estágio é mais complexo, sendo que existem poucos exemplos de governos que se encontram nessa fase, como Cingapura, Inglaterra e Estados Unidos.
Assim, observa-se que o governo eletrônico se manifesta por diversas transações, através de múltiplas ferramentas. O próximo capítulo trará um estudo sobre uma das ferramentas do e-gov (a Nota Fiscal Eletrônica), procurando explicar como essa ferramenta pode melhorar os processos e serviços do governo.
